sexta-feira, 25 de março de 2011

BomBril cria rejeição em homens pra conquistar mulheres

Vamos a mais um caso polêmico. Viram a nova investida da Bombril?

Em uma série de comerciais de TV e uma campanha na internet, três mulheres marcantes (e humoristas) falam sobre a evolução das mulheres e... detonam os maridos. No exemplo abaixo, Marisa Orth, vestida de terno e gravata, compara os homens a cachorros:




Não dá para negar que a campanha chama atenção e conseguiu suprir a ausência de Carlos Moreno (eterno garoto propaganda da marca) como protagonista. Mas não resisti a escrever também algumas críticas sobre essa ideia. Assim que assisti à propaganda, duas coisas me vieram à cabeça imediatamente:




1- O conceito de mulher evoluída está sendo estereotipado como uma "mulher de terno e gravata". Será que isso é realmente o que a mulher entende como mulher moderna?



2- Será mesmo que a maiora das mulheres (em especial da classe C, que certamente representa a grande maioria do consumo de Bombril) se identificou com esse insight de mulheres modernas e independentes ou será que ainda existe uma grande maioria "conservadora"?



Imagino que a BomBril e a agência devam ter pesquisado esses pontos antes de ir ao ar, por isso não vou estressar. Mas não posso deixar de citar um último ponto que realmente me incomoda nessa campanha: o afastamento do público masculino.



Sim, eu sei que o público principal de BomBril deve ser composto por mulheres. E eu também sei que elas adoram ver os homens sendo detonados nas propagandas. Mas eu também sei que até pouco tempo a marca patrocinava clubes de futebol (seria para atingir mulheres??) e também sei que FOCAR EM UM PÚBLICO-ALVO NÃO IMPLICA EM CRIAR REJEIÇÃO EM OUTRO PÚBLICO.



Estou seguro que a segmentação do mercado é um dos princípios básicos de Marketing. Segmentar significa indentificar grupos de consumidores com necessidades e características semelhantes. Mas é muito raro achar uma marca de produto de massa que consiga direcionar 100% da sua comunicação ao segmento desejado... em especial no Brasil, onde a TV ainda é o meio mais massivo e as audiências têm muita dispersão.



Isso significa que, querendo ou não, sua mensagem também será comunicada à parte de um outro público que não é o seu alvo. E, ao criar rejeição neste outro público, ele pode se manifestar negativamente e afetar a imagem da marca e a percepção do público alvo.



Esse risco foi tomado pela BomBril e está gerando polêmica. Os comentários aos vídeos da marca no youtube estão bastante polarizantes, mostrando que um grupo razoável de pessoas não se identificou ou não concorda com o que a marca está propondo.



E vocês, o que acham?


Fonte: Mundo do Markeitng

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