segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Estaria o modelo de hipermercados no Brasil saturado?

Postado por Clayton Cunha - Associado do Núcleo Blog (São Paulo/SP)



Quando chegou ao Brasil em 1975, o Carrefour, maior varejista europeu na época, lançou um estilo de varejo que até então era desconhecido do público brasileiro. Os hipermercados.  Em sua definição, um hipermercado significa: “um local de grande superfície comercial de venda a retalho com parque de estacionamento próprio, que se caracteriza por ter uma área superior a 2000m2, onde 50% da área é dedicada à venda de produtos alimentares” (fonte : http://www.instituto-camoes.pt).

Pela primeira vez, os brasileiros podiam comprar em um único lugar todos os seus produtos de primeira necessidade, bem como, diversos outros produtos que variam de padaria até roupas e acessórios com alguma variedade por um preço teoricamente melhor.

Sucesso em todo o mundo, durante as décadas de 80 e 90, freqüentar um hipermercado chegava a ser um evento para ir em família, onde o momento das compras era rodeado por conforto, segurança e diversão.

A localização dos hipermercados, muito bem planejadas, que no caso do Brasil são localizados em grandes avenidas com grande destaque (Nos Estados Unidos, o Wall Mart, cresceu e virou o maior varejista do planeta, com outra estratégia de localização. Suas lojas em sua maioria ficam ou fora das cidades ou na periferia), faziam com que os clientes desejassem freqüentar aquele lugar.

Agora com o desenvolvimento da Classe C, poderíamos prever que o movimento dos hipermercados cresceria, porém, vivemos um momento em que esse tipo de negócio passe por uma crise no Brasil. Os clientes de hoje, valorizam muito mais a comodidade de fazer suas compras próximo às suas residências. Além disso, o glamour de frequentar hipermercados não é tão grande como já fora em outros tempos. Além da comodidade, os clientes não possuem mais a necessidade de estocar produtos em casa. Com a inflação controlada, vivemos de ir a um “mercado” uma vez por semana ou até diariamente, fazer umas “comprinhas”.

Com isso, temos hoje o renascimento dos supermercados de bairro, que embora não tenham a mesma variedade de produtos de um hipermercado, atendem aos desejos dos clientes, com um custo de operação bem menor.
Esse movimento é tão importante que até as grandes redes de varejo estão investindo em seus supermercados de bairro, para não perder seus clientes e obviamente suas receitas.

Exemplos disso são: a rede DIA% que até bem pouco tempo tinha suas operações atreladas ao Carrefour (em Julho, a empresa decidiu cindir as operações do DIA% às da marca mãe), o Extra Fácil da Rede Pão de Açúcar e o Wall Mart Todo Dia do Wall Mart.

Tais iniciativas demonstram que podemos estar vivendo um novo ciclo para o varejo no Brasil. Onde proximidade, conveniência e serviços são mais importantes para os clientes do que variedade e glamour.

Estariam os Hipermercados com os dias contados?

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