terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A Nova Liderança Nas Organizações

 



Adm. Ana Cláudia Bilhão Gomes

Quem está inserido no mercado de trabalho vive um cotidiano de constante instabilidade, tempos atrás era o início da globalização e os reflexos da revolução tecnológica, hoje é a crise da economia mundial. Tudo isto apimentando os desafios inerentes a qualquer organização como a concorrência, o crescente nível de exigência dos clientes e a busca de equilíbrio financeiro.

Para sobreviver a tantas adversidades, as empresas passaram a buscar diferenciais e muitas estão focando na gestão de pessoas, concentrando atenção especial no desenvolvimento de suas lideranças, devido ao poder de influência do líder e sua capacidade de impulsionar resultados no ambiente organizacional.

Como se sabe, cabe aos líderes a missão de atingir os resultados pretendidos pela organização através das pessoas. Assim, não há como fazer uma gestão de pessoas eficaz, sem eficácia na liderança, já que os líderes são os modelos sociais para os demais colaboradores.

Infelizmente existem muitas organizações que não se deram conta que a competência de seus líderes - ou falta dela - é capaz de alavancar ou detonar todas as demais competências organizacionais. A liderança tanto pode ser a mola propulsora quanto a âncora que puxa para baixo e faz uma equipe estagnar.

Os líderes são como uma bússola para todos os demais colaboradores, sua conduta e comportamento sempre servirão de parâmetro, portanto, devem apresentar uma postura coerente com os propósitos da organização e, acima de tudo, liderança é uma questão de caráter e atitude. Um líder sem caráter não obterá credibilidade junto às pessoas e sua falta de atitude não influenciará positivamente o comportamento das mesmas, enfim não será aceito como uma verdadeira liderança.

O líder legítimo possui algumas qualidades que o distinguem e fazem dele um bom exemplo, são elas: a honestidade, a confiabilidade, o compromisso com as pessoas, a capacidade de ouvir, o tratamento respeitoso, ele é positivo e entusiasmado e, principalmente, gosta de gente.

As pessoas comparam o que um líder diz ao que ele faz, havendo um distanciamento entre seu discurso e sua prática as pessoas deixarão de acreditar nele e daí em diante ele terá um grande esforço para recuperar a confiança de sua equipe. Não se consegue ser um verdadeiro líder só com palavras, mas sim com atitudes de liderança.

Nas organizações nos deparamos com gerentes que não são verdadeiros líderes e não podemos culpá-los totalmente, pois, muitas vezes foram colocados num papel de liderança sem o desenvolvimento desta habilidade, ou seja, sem preparo para ocupar um cargo tão estratégico.

Existe uma diferença entre “ser” e “estar” líder. A liderança formal seria o “estar líder”, que é o caso do cargo imposto ao grupo e que exerce funções de direção e controle, como por exemplo, um chefe de departamento ou o gerente de uma fábrica. Este tipo de líder exerce um poder hierárquico sobre os seus subordinados e talvez não tenha as qualidades de um verdadeiro líder.

Já o “ser líder” é aquela liderança - formal ou informal - que é “aceita” pelo grupo, sendo o elemento central para onde convergem às comunicações, desempenhando um papel importante na orientação do grupo para a consecução de seus objetivos. Este tipo de líder exerce autoridade e influência sobre o grupo, seria a liderança desejada e necessária a todos os grupos.

A maioria das pessoas pensa na liderança como se fosse uma posição e, portanto, não se vêem como líderes, acreditam que a liderança é um dom e, portanto não há como nos “tornarmos” líderes se não nascemos dotados desta competência. Mas, como pode ser encontrado na literatura, liderança é uma “habilidade” e sendo assim pode ser desenvolvida.

A situação ideal seria aquela em que alguém tem o cargo e a atitude de liderança, pois se ele apenas tem o cargo não será visto como um líder e sim como um chefe. Não será alguém que as pessoas “desejam seguir” e sim alguém a quem elas “devem obedecer”.

Durante muito tempo as pessoas eram promovidas a um cargo gerencial por apresentarem um ótimo desempenho técnico, as competências comportamentais eram pouco valorizadas, o que importava era o conhecimento a respeito do trabalho e não o relacionamento interpessoal. As empresas promoviam os seus melhores técnicos e não desenvolviam a sua habilidade de liderar e com isto acabam perdendo ótimos profissionais e ganhando gerentes medíocres e equipes desmotivadas.

Hoje liderar é basicamente relacionamento. É óbvio que o líder precisa ter competência técnica, mas, ele tem que concentrar seus esforços no desenvolvimento de sua competência comportamental, pois seu dia a dia será repleto de administração de conflitos, negociação, busca de sinergia, enfim, necessidade de inter relação e comunicação constantes. Para isto, o líder terá que conquistar as pessoas e envolvê-las para que façam de coração o que precisa ser feito, da melhor maneira possível.

O líder que ama o que faz assume a responsabilidade pessoal pelo sucesso de sua equipe, ele sabe que impacta na vida das pessoas que o rodeiam e quer que todos sejam vitoriosos. Além disto, ele está sempre formando novos líderes, pois acredita que a liderança deve ser desenvolvida por todas as pessoas, já que em várias esferas de nossa vida podemos atuar como líderes.

Os líderes dos novos tempos deixam de ocupar o papel de “mecânicos” da organização mecanicista e passam a ser os “jardineiros” na empresa vista como um sistema vivo, abordando a gestão de pessoas como se estivessem cultivando um jardim, acreditando que as pessoas são sementes e têm o potencial para crescer.

A nova e boa liderança, se respalda na capacidade para entender, responder e antecipar mudanças, ouvir e respeitar as idéias das pessoas, estimular a criatividade e o conhecimento, a conciliação de pontos concorrentes, delegar, comunicar, exercendo o diálogo, aplicando princípios holísticos e democráticos.

Sendo assim, mais do que procurar desenvolver seus líderes formais, as organizações devem oportunizar a todos os seus colaboradores o desenvolvimento da habilidade de liderar, pois, todos poderão contribuir para melhores resultados a partir da percepção de que cada um pode ser líder de si próprio, estando a serviço do bem comum. Esse tipo de liderança transformadora, que permeará todo o ambiente organizacional certamente será o maior diferencial competitivo para qualquer organização.

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