quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Falando sobre empreendedorismo


Nesse artigo falo sobre o empreendedorismo, a diferença entre o empreendedor e o administrador, as mudanças provocadas no mercado e na sociedade em virtude das ações empreendedoras e alguns conceitos interessantes sobre o tema


Seguir + Renato Garcia
O mundo vem passando por várias transformações em curtos períodos de tempo, intensificadas da metade do século XX para cá, período em que os avanços tecnológicos mudaram os conceitos e o estilo de vida das pessoas. Toda mudança surge de uma inovação, seja do processo de criação de algo novo ou a adaptação ou recriação de algo já existente.  
Não obstante percebemos que essas mudanças não são assimiladas de pronto em função de uma série de fatores, dentre eles os contextos sociopolíticos, culturais, desenvolvimento de base tecnológica, todos já arraigados e que necessitam de uma revolução pensante individual e coletiva e que, através dela, mude o ambiente em que estamos inseridos.
Por trás de todas as mudanças existem as pessoas ou equipes de pessoas, que são as molas propulsoras para qualquer tipo de mudança e atitude necessárias para a transformação. Essas pessoas são os empreendedores e, embora não tenham um perfil facilmente definido, carregam consigo várias características que são essenciais para que aconteçam as modificações, dentre elas, dinamismo, motivação, criatividade, liderança, visão, decisão, organização, tolerância ao risco e capacidade de planejamento. O principal comportamento de um empreendedor está em liderar pessoas e processos.
Existia uma teoria há alguns anos de que os empreendedores eram fruto de hereditariedade, ou seja, natos. Hoje em dia essa teoria não é mais aceita pelo mercado e nem pelo meio acadêmico. É possível aprender a empreender mediante uso de políticas diferenciadas de ensino como a aprendizagem por definição de contextos, o que exige o uso da imaginação e análise, forçando assim o desenvolvimento de um equilíbrio cerebral, diferentemente do modelo tradicional de ensino analítico que é um modelo mais passivo de aprendizado, pouco instigante.
Uma citação bem interessante feita por Jeffry Timmons (1990) nos diz que “O empreendedorismo é uma revolução silenciosa, que será para o século XXI mais do que a Revolução Industrial foi para o século XX.”. Analisando, percebemos que Timmons tinha toda razão, pois o avanço tecnológico tem sido de tal ordem que necessitamos de muitos empreendedores para acompanhá-lo.
O atual modelo econômico mundial representado pelos meios de produção e serviços exige empreendedores por oportunidades, e não como no passado empreendedores por necessidade. O que os diferencia é que os por oportunidade entram em um mercado com conhecimento e solidez, já o por necessidade é “empurrado” por seus problemas, muitas vezes sem saber o que de fato está fazendo.
Vale ressaltar que muitos ainda confundem empreendedores com administradores, ligando um ao outro, como se fossem um só, sendo que na verdade é sabido que existem algumas diferenças. É fato que todo empreendedor necessariamente deve ser um bom administrador para que possa obter sucesso, no entanto, nem todo bom administrador é um empreendedor. O administrador possui uma visão mais ampla da empresa, é orientado mais para o planejamento, controle, resolve problemas em várias situações, possui espírito de liderança.
De acordo com Maximiano (2006) “administração é uma palavra antiga, associada a outras que se relacionam com o processo de tomar decisões sobre recursos e objetivos”; ainda diz que administração é um “conjunto de princípios, normas e funções que tem por fim ordenar os fatores de produção e controlar sua produtividade e eficiência para se obter determinado resultado”.
Dornelas (2005) fala que quando se compara o papel e função do administrador com o do empreendedor se vê muita semelhança entre eles, isto é, o empreendedor é um administrador, mas com alguns pontos convergentes em relação à média dos gerentes ou executivos, pois os empreendedores são mais visionários do que a maioria dos gerentes comuns; ressalta que, mesmo com a linha de raciocínio que os diferenciam, cada um tem o seu valor e são fundamentais dentro do processo da empresa e possuem habilidades que são essenciais na gestão estratégica do negócio.
O empreendedor se diferencia do administrador em um ponto claro, pois os empreendedores são capazes de prever tendências e antecipar mudanças, além de se preocuparem com os aspectos estratégicos do negócio, enquanto os administradores se preocupam com as decisões ligadas ao dia-a-dia empresarial. Louis Jacques Fillion (1997) observa ainda que “o gerente é voltado para a organização de recursos, enquanto o empreendedor é voltado para a definição de contextos”.
O empreendedor é aquela pessoa capaz de envolver as pessoas e os processos em um conjunto harmônico, levando à transformação de ideias em oportunidades e, como consequência, transforma isso em um negócio de sucesso.
Joseph Schumpeter (1949) afirmou que “O empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais”.
Já Kizner (1973) tem uma abordagem distinta, afirmando que “o empreendedor é aquele que cria um equilíbrio, encontrando uma posição clara e positiva em um ambiente de caos e turbulência, ou seja, identifica oportunidades na ordem presente”.
Ambos concordam que o empreendedor é um identificador de oportunidades, atento às informações, sejam elas claras ou não. O empreendedor não é apenas aquele que cria algo novo, mas também inova dentro de negócios já existentes. Ele detecta uma oportunidade e assume riscos calculados.
Gosto de pensar que os empreendedores são pessoas dotadas de mentes planejadoras e que veem coisas que as pessoas comuns não conseguem observar. Há uma citação de Bernard Shaw que diz “Alguns homens veem as coisas como são, e perguntam: Por quê? Eu sonho com as coisas que nunca existiram e pergunto: Por que não?”.
O empreendedorismo é mais que uma linha de estudo, é um estilo de vida que vem tomando impulso e corpo, e sendo disseminado Brasil afora. Penso como Robert Menezes que diz que “Empreendedorismo é um aprendizado pessoal que, impulsionado pela motivação, criatividade e iniciativa, busca a descoberta vocacional, a percepção de oportunidades e a construção de um projeto de vida ideal. Ser empreendedor é preparar-se emocionalmente para o cultivo de atitudes positivas no planejamento da vida. É buscar o equilíbrio nas realizações considerando as possibilidades de erros como um processo de aprendizado e melhoramento. Ser empreendedor é criar ambientes mentais criativos, transformando sonhos em riqueza”.

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