sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Caso Mesbla e Nintendo: miopia de Marketing


 

O artigo Miopia em Marketing de Theodore Levitt apresenta uma visão da década de 60 mas que pode ser aplicada aos dias de hoje. Esse artigo aborda o caso de duas empresas que passaram pelas mudanças do mercado e que se aplicam em alguns exemplos citados por Theodore no artigo

Ian Paulo,



Ciclo Auto-Ilusório
Mesbla S.A era uma rede nacional de lojas de departamentos. Foi fundada em 1912, como filial brasileira da Etablissements Mestre & Blatgé francesa, vendendo peças e acessórios para os automóveis que, na época, começavam a circular nas ruas do Rio de Janeiro. Com o tempo passou a vender ferramentas. Em 1924 se expandiu por todo território nacional e em 1952 abriu sua primeira loja de departamentos no centro do Rio de Janeiro.
Nos anos 80 a Mesbla se tornou uma das maiores empresas do país, ocupando o primeiro lugar entre as "Maiores e Melhores" da revista Exame, e detinha a liderança do comércio varejista não-alimentar do país.
Os anos seguintes foram de muito crescimento e lucro. Quando a empresa completou 70 anos de existência, possuia 33 lojas de departamentos em todo o país e ainda vinha sendo preparada para se tornar um grande conglomerado na área de varejo. Alguns setores foram encerrados e restaram 80 lojas distintas para os negócios com automóveis, motocicletas e magazines. Nos anos 80, as seções de móveis e eletrodomésticos de grande porte se encerraram e um período de crescimento nasceu. Foram inauguradas mais 17 lojas, as exportações quadruplicaram, a empresa comprou 20% do capital Makro Atacadista Ltda, e a maior loja de náutica com 5 mil metros quadrados foi inaugurada na Barra.
A Mesbla investia no valor de suas marcas: Mr.& Mrs. Baby, Folia, Bazooka, Daniel Hechter, Tucano e Alternativa e foi líder do mercado de varejo por três décadas consecutivas, devido a sua variedade de produtos que abrangia inúmeras categorias.
Em 1990, a Mesbla teve prejuízos de US$ 23 milhões, o primeiro de sua história. Para reverter o resultado demitiu 10 mil funcionários. Em agosto de 91obteve lucro de US$ 1,5 milhão e fechou mais algumas lojas (Next, Folia, revenda de autopeças e duas de departamentos). Ela passou de primeiro lugar para o terceiro lugar entre as maiores empresas de varejo no país e passou a enfrentar uma concorrência mais forte.
No artigo Miopia de Marketing de Theodore Levitt há um parágrafo retratando a dificuldade das empresas de enxergarem em que ramo elas estão investindo, sendo engolidas por seus concorrentes e novas tendências por não enxergarem o que acontece a tempo.
A Mesbla abrangia diversas categorias e não tinha uma orientação de mercado bem definida. A empresa vendia qualquer mercadoria para todo tipo de público. Além disso, sua preocupação com a qualidade diminuiu. Suas más escolhas em compras junto com fornecedores fez com que ela importasse câmeras fotográficas de má qualidade, e quando interrompeu a importação a empresa não tinha como prestar assistência técnica aos produtos que haviam sido vendidos.
O artigo de Theodore Levitt ainda afirma, logo no início, que a falha está na cúpula. A Mesbla possuía um número alto de diretores, isso impossibilitava uma melhor organização administrativa e uma rápida tomada de decisões. A lentidão para tomar alguma medida fez a empresa cometer inúmeros erros administrativos e o ramo de varejo necessita de respostas rápidas.
A Mesbla se encaixa no ciclo auto-ilusório, a sua incapacidade de enxergar o mercado a longo prazo fez com que a empresa acreditasse que não haveria nenhum outro concorrente que pudesse ameaça-la e até mesmo a substitui-la. Mas um novo consumidor havia surgido e esse exigia um atendimento mais especializado, que seria encontrado em lojas menores instaladas em shopings. Além dos shopings, surgiram novos competidores como as redes de varejo de eletrodomésticos como Casas Bahia e Ponto Frio.
Ainda, acreditou que seu sistema de atingir todos os públicos com grandes lojas com diversos produtos seria o melhor e o necessário para os seus clientes, que sempre haveria mercado para esse tipo de loja e que não haveria espaço para a concorrência. A Mesbla supervalorizou seus produtos, esquecendo do cliente, e manteve uma fé exagerada na sua produção de massa
Ameaça de Obsolescência
Para a época, a Mesbla não poderia entrar em falência já que ficou na liderança das maiores empresas de varejo no país. O modelo de atingir todos os públicos foi substituído. Tornou-se obsoleta. Shopings, hipermercados e lojas de eletromóveis e eletrodomésticos tomaram o seu lugar.
Destruição Criativa

A Nintendo Company, é uma empresa centenária criada por Fusajiro Yamauchi, iniciou suas atividades no Japão em 23 de setembro de 1889. A Nintendo fabricava baralhos artesanais de um tipo de baralho japonês chamado de Hanafuda. Em 1950, a empresa fez uma parceria com a Disney para que as novas cartas de baralho viessem estampadas com alguns de seus personagens, e o baralho passou a ser vendido em tabacarias de Osaka e Kyoto.
As vendas foram um sucesso e no primeiro ano, a Nintendo vendeu mais de 600 mil baralhos. Na década de 60, o presidente da Nintendo investiu em outros segmentos paralelamente: uma emissora de TV, uma empresa alimentícia que produzia arroz instantâneo e até uma rede de motéis e de taxis.
Após as olimpíadas de Tóquio, o mercado mudou e as vendas de baralho começaram a diminuir e a empresa quase foi a falência. A Nintendo começou a perder mercado para os fabricantes de jogos eletrônicos como Bandai e Atari. Para não falir, a Nintendo passou por uma destruição criativa e adotou uma nova medida para acompanhar o mercado, se adequar a nova tecnologia que surgia e se adequar aos desejos dos clientes. Ela não seria mais a empresa fabricante de cartas de baralho, ela ofereceria entretenimento. Ela parou de fabricar as cartas de Hanafuda, entrou no mercado de pequenos aparelhos eletrônicos para não ser "esmagada" pela concorrência e criou seu primeiro produto, um aparelho de jogo eletrônico que possuía tela de cristal líquido, chamado de Game & Watch.
Com esse pequeno aparelho, a Nintendo iniciava na era digital, que se prolongou nas décadas de 70 e 80, através da fabricação de fliperamas. Mesmo com tantos esforços e tendo adotado essa nova iniciativa, os fliperamas não tiveram sucesso nos Estados Unidos.
Um designer da empresa, Shigero Miyamoto, que não entendia de tecnologia para mudar a interface dos fliperamas, criou um novo jogo mais simples. No jogo, um marceneiro chamado Jumpmansalvava sua namorada de um gorila. E assim, em 1981 surgia no mercado o game Donkey Kong. O jogo foi um sucesso e revelou um personagem que se tornou a marca da empresa, Mario Bros.
Após outros jogos bem sucedidos, a empresa resolveu investir em consoles (microcomputador que executa videogames) e foi criado o NES(Nintendo Entertainment System), que ficou caracterizado por reerguer a indústria de videogames que estava estagnada nos anos 80.
Com o sucesso, a Nintendo consagrou-se como líder mundial e top of mind na mente de uma geração. Não se usava o termo console para se referir a um videogame, mas qualquer tipo de aparelho de videogame era referido como um Nintendo.
Atualmente a Nintendo Company possui 70% do mercado de videogames, com um faturamento anual de 228 milhões de dólares (18 bilhões de Ienes) somente no Japão.

Especialista ensina a negociar salário antes da contratação

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por: Angelica Balthasar
 
Veja como aumentar as chances de conseguir a remuneração que você considera justa
Faz tempo que você anda de olho em um novo emprego e agora a empresa dos seus sonhos também demonstrou interesse em tê-lo na equipe. Só falta vocês sentarem para discutir – e acertar – o salário. O problema é que você já sondou por aí que a remuneração oferecida pela companhia é inferior às suas pretensões. Será que tem como tentar uma negociação sem parecer presunçoso demais ou queimar o filme com quem está do outro lado da mesa?
Na opinião de Roberto Picino, diretor da Page Personnel, isso é perfeitamente possível porque não há nada de vergonhoso buscar um salário que seja mais condizente com suas necessidades e expectativas. “Ninguém trabalha só por vocação, mas também para pagar as contas. Então, se você não negociar, ninguém fará isso por você.
O melhor momento para isso, segundo ele, é justamente antes de ingressar na empresa, quando o candidato deve ponderar tudo o que está envolvido: o projeto, o aprendizado, a carreira, a expectativa de crescimento, os benefícios e, claro, a própria remuneração.
Para aumentar as chances de a negociação ser a seu favor, é necessário se preparar adequadamente, reunindo informações que possam embasar sua reivindicação por um salário maior. “É preciso, por exemplo, saber quanto o mercado está pagando pelo cargo pretendido e defender bem suas qualificações e competências para que o outro consiga enxergar o seu valor.” Mas atenção: não é de bom tom iniciar a negociação profissional pela remuneração. “Não precisa ser o último assunto da conversa, mas também não deve ser o primeiro”, sugere Picino.
Limites reais – Mas, supondo que o impasse seja apenas salarial, até quanto é possível negociar? Picino afirma que não existe uma regra de mercado ou um percentual mágico, porque isso depende muito da fase em que o profissional se encontra. “No início da carreira, por exemplo, dá até para pular de 1 mil reais para 2 mil reais. Mas quem ganha 15 mil reais dificilmente vai conseguir esse salto de 100% em uma negociação.” De qualquer forma, ele diz que na mudança de uma empresa para outra, desempenhando a mesma função, é comum conseguir entre 20% e 25% de aumento salarial.
Ainda que um aumento de 50% ou mais possa parecer algo fora da realidade do mercado – e realmente é –, essa negociação pode acontecer em algumas situações bem específicas, como no caso de um profissional acumular tarefas pela extinção de algum cargo dentro da empresa ou ter colaborado de forma direta nos resultados da companhia.
Para Edson Freire Junior, coordenador de RH da Éricon, empresa de soluções para higiene, isso tende a ocorrer especialmente em empresas de menor porte, onde não há uma política de cargos e salários em uso e os aumentos não são concedidos em porcentagem. “Em empresas maiores e melhores estruturadas, com RH ativo e plano de cargos e salários bem definido, há um engessamento da prática de aumentos salariais, pois há a necessidade de seguir a regra básica existente para aumentos e promoções, resultando em aumentos mais baixos, porém mais frequentes.”
Daí a recomendação de que, ao entrar em uma organização, o profissional deva deixar claro ao seu superior direto e ao RH quais são suas aspirações, dentro do departamento e da empresa como um todo. “Dessa forma, mais à frente, quando chegar a hora de pedir um aumento, o profissional deve elencar os resultados obtidos nesse período e expor, de forma sutil, sua eficiência e eficácia nas rotinas da empresa.” Se o pedido for negado, o colaborador deve, então, fazer uma análise de sua atuação e traçar um plano de ação para sanar os motivos expostos pela empresa em sua resposta negativa. “Feito isso, e certo de ter conseguido bons resultados, o profissional pode, então, tentar uma nova negociação.”

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Minutos de Liderança – Seja generoso

 

Minutos de Liderança - Seja generoso
 
A maioria dos líderes naturais não aspira ser grandes líderes, mas sim, grandes homens e grandes mulheres. Qualificações pessoais possibilitam qualificações de liderança. Quando líderes conduzem bem suas próprias vidas, são naturalmente seguidos.
Pense em Madre Teresa de Calcutá, Índia. Duvido que pen­sasse: “Vou ser uma grande líder!” No entanto, tornou-se uma grande líder ao decidir ser a pessoa que Deus a criou para ser.
Se queremos que nossa liderança dure, devemos prestar atenção a esses quatro elementos fundamentais:
O caráter nos permite fazer o que é certo mesmo quando parece difícil.
A perspectiva nos permite entender o que deve acontecer para que um objetivo seja atendido.
A coragem nos permite tomar iniciativa e correr riscos para andar na direção de um objetivo que valha a pena.
A consideração nos permite atrair e dar poderes aos outros para se juntarem a nós na causa.
Bíblia da Liderança Cristã – John Maxwell
GENEROSIDADE
Observem como exemplo este texto bíblico:
Se houver algum israelita pobre em qualquer das cidades da terra que o SENHOR, o seu Deus, lhes está dando, não endureçam o coração, nem fechem a mão para com o seu irmão pobre. Ao contrário, tenham mão aberta e emprestem-lhe liberalmente o que ele precisar. Deuteronômio 15:7,8
Se grandes líderes erram, eles o fazem para o lado da genero­sidade. Afinal, são doadores, não cobradores. Eles se sentem motivados a:
  1. Servir a seus liderados para que se desenvolvam.
  2. Suplantar os obstáculos ao desenvolvimento do poten­cial de seus liderados.
  3. Lutar por causas que beneficiem a humanidade.
Deus instrui seus líderes e toda a nação de Israel a imi­tar sua generosidade e graça. Ao final de cada sete anos, todo israelita deveria cancelar todas as dívidas de seus compatriotas. Se eles realmente cancelassem as dívidas, dessem o exemplo de graça e perdão e cuidassem dos pobres, Deus favoreceria sua terra com colheitas abundantes e liberdade de invasões. Imagi­ne! Simplesmente precisariam confiar que Deus estava no con­trole: ele cuidaria da chuva e do sol, proporcionando tempos de colheitas prolíficas.
ENTREGUE-SE
Nada excerce um impacto mais positivo que a doação. Isso é porque doar é viver em um nível mais alto. Os generosos con­centram seu tempo e sua energia no que podem proporcionar aos outros, e não naquilo que podem conseguir deles. E, quanto mais a pessoa dá, melhor é sua atitude.
A maioria das pessoas que não são bem-sucedidas não en­tende esse conceito. Crêem que a postura de doação se baseia no quanto temos. Mas não é o que você tem que faz a diferença. E o que você faz com o que você tem. E isso é atitude.
Plante uma semente, mude uma vida. Já foi dito que cons­truímos a vida com o que conseguimos, mas podemos construir uma vida com o que damos. Ajudar os outros é algo que você pode começar a fazer hoje, seja passando mais tempo com sua família, desenvolvendo um liderado que demonstra potencial, ajudando as pessoas na comunidade, ou refreando seus próprios desejos para beneficiar sua equipe. A chave é encontrar seu pro­pósito e ajudar os outros enquanto você o busca.
Como o apre­sentador Danny Thomas disse:
“Todos nós nascemos por um motivo, mas nem todos descobrimos qual.
O sucesso na vida não tem nada a ver com o que você ganha na vida ou consegue para si. É o que você faz para os outros.”
Danny Thomas, pseudônimo de Amos Alphonsus Muzyad Yakhoob (Deerfield, 6 de janeiro de 1912 – Los Angeles, 6 de fevereiro de 1991) foi ator e apresentador estadunidense, de origem libanesa, vencedor do Emmy Awards.
Your Road Map for Success [Seu mapa para 0 sucesso]
DOAR É VIVER NUM NÍVEL MAIS ALTO. É MUITO MELHOR DAR DO QUE RECEBER.
Nada fala aos outros mais alto do que a generosidade de um líder. A generosidade verdadeira não é um evento ocasional. Vem do coração e permeia todos os aspectos da vida de um líder, tocando seu tempo, dinheiro, talentos e posses. Líderes eficazes não juntam coisas só para si; eles o fazem para dar aos outros.
Para cultivar a qualidade da generosidade na sua vida, faça o seguinte:
  1. Seja grato pelo que quer que você tenha.
  2. Ponha as pessoas em primeiro lugar.
  3. Não deixe que o desejo pelas posses o controle.
  4. Considere o dinheiro um recurso.
  5. Desenvolva o hábito de doar.
O único jeito de manter uma atitude de generosidade é tornar um hábito doar seu tempo, atenção, dinheiro e recursos. Como Richard Foster afirma: “O simples ato de se abrir mão do dinheiro, ou de algum outro tesouro, faz algo dentro de nós. Destrói o demônio ‘ganância’.”
As 21 indispensáveis qualidades de um líder
ESTA SEMANA: Considere o que você já está dando, o que estão pedindo que você dê e o que você gostaria de dar mesmo sem ninguém ter pedido. Suas razões para aceitar ou negar pedidos podem ser boas, mas são misericordiosas? Como você se sente ao doar?

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Empreendedorismo feminino e a nova revolução

 


Empreendedorismo é o novo movimento feminino

Empreendedorismo Feminino
Uma revolução silenciosa acontece neste momento entre as mulheres. Ao contrário da revolução silenciosa que começou nos anos 70 na qual as mulheres saíram de casa para entrar no mercado de trabalho em massa, as mulheres atualmente estão saindo do mercado de trabalho para voltar para casa. Porém, ao contrário das mulheres de gerações anteriores, estas optaram pelo trabalho em casa não como donas de casa mas como empreendedoras.
As mulheres têm aberto novos negócios nos últimos 20 anos em um número maior do que os homens e tendem a criar negócios baseados em casa, em sua maioria micro (com menos do que 5 funcionários) e pequenas empresas. As mulheres criarão mais da metade dos 9,72 milhões (expectativa) de empregos através de suas pequenas empresas até 2018 e mais e mais estarão fazendo isso através de seus home offices em todo o país. Os dados liberados esta semana pela Federação Nacional dos Negócios Independentes sobre as mulheres de negócios durante a recessão (iniciada em 2008) realmente provou que esta é uma revolução com poder permanente.

Recuperação do mercado perdido

A recessão foi dura com vários proprietários de pequenas empresas e aproximadamente metade das empresárias mulheres ainda não conseguiu voltar a alcançar os resultados dos tempos de pré-recessão, mas elas perseveraram e se adaptaram à nova economia. Controlar os custos foi a estratégia mais popular adotada entre as mulheres empreendedoras para passar pelo período mais difícil e houve um aumento de 52% no número de empreendedoras que passaram a usar a mídia social para levantar os negócios enquanto economizavam verba para o marketing.
“O resultado é um novo e grande grupo de mulheres empreendedoras, à prova de crise e mais competitivas que a geração que as precedeu”, afirma William Dennis em relatório. Com um número cada vez maior de mulheres iniciando negócios e sendo bem-sucedidas, há uma oportunidade de redesenhar o panorama do trabalho. Com a satisfação no trabalho e o próprio ambiente de trabalho cada vez mais em baixa, algo precisa ser modificado e este pode ser um passo na direção correta.
Vamos ser bem claros: não estou dizendo que as mulheres são melhores ou que o fato de as mulheres iniciarem novos negócios seja um mundo de maravilhas. É que as mulheres simplesmente fazem negócios de forma diferenciada e a diferença deve ser bem recebida. Muitas mulheres vêem as corporações hoje em dia como tendo fundamentalmente falhas limitadoras em seus valores estruturais. O Guardian Life Index, uma iniciativa para entender os pequenos empresários norte-americanos, cita a “política do escritório” como um fator fundamental para as mulheres deixarem o mundo corporativo e iniciarem um negócio próprio. Apesar do custo inicial de um pequeno negócio em um período de baixas, as mulheres têm dito “não, obrigada” a essa escalada no mundo corporativo, onde é preciso lidar com politicagens e trabalhar longas jornadas sem necessariamente sentirem-se realizadas.
Muitas mulheres iniciam seus negócios alinhados com os valores pessoais e que oferecem liberdade e flexibilidade com relação à sua agenda. “O que antes era um telhado de vidro para as mulheres e limitava suas carreiras, hoje pavimenta uma nova estrada rumo ao mundo do negócio próprio, onde as mulheres podem usar sua sabedoria enquanto constroem laços familiares fortes” diz Erica Nicole, que abandonou o mundo corporativo para criar a revista YFS.
Para algumas mulheres, a insatisfação com o mundo corporativo começa antes até de entrarem no mercado de trabalho. A estrada para o empreendedorismo para Shama Kabani teve início depois de muito insistir na carreira de mídias sociais apesar de ter sido rejeitada pelo mundo corporativo. “Depois de 18 empresas terem me dado resposta negativa, comecei minha própria empresa de mídia social e RP digital com $1,500”, explica Shama. Sua empresa, a The Marketing Zen Group, agora é uma companhia multi-milionária que emprega 25 pessoas.
Também há a questão da geração Y, com mulheres que nem mesmo consideram a hipótese de ter uma carreira corporativa ou se estressar em um emprego tradicional, mas que perseguem o empreendedorismo, como Meghan Casserly citou em sua postagem super popular no blog Forbes.com. As mulheres Millennial anseiam a independência.
“Tomar a decisão de não seguir um sistema ou as regras de outra pessoa me permitiu descobrir e explorar meus talentos e potenciais sem perder tempo me sentindo chateada ou inútil”, comenta Ishita Gupta, que criou a FEAR.LESS Magazine enquanto fazia um programa de MBA alternativo do Seth Godin. FEAR.LESS está em uma missão de prover ferramentas mentais para as pessoas lidarem com o medo, algo que ainda freia muitas mulheres com espírito empreendedor, mesmo que já tenham experiência em abrir novos negócios.

As mulheres a frente dos novos negócios

De acordo com o Global Entrepreneurship Monitor, 47,7% das mulheres contra 62,1% dos homens acreditam serem capazes de iniciar e gerenciar um negócio próprio. Treinamentos para negócios como o de Seth (AMBA) podem ser a chave para construir esta ponte de confiança que separa homens e mulheres quando o assunto é começar um novo negócio.
Incubadoras com foco no público feminino e eventos como os realizados pelo Women 2.0 e Ladies Who Launch ajudam as empreendedoras a construir network, ganhar confiança e aprender com as mulheres de sucesso. Mas aqui vale um alerta para os cursos que reforçam o “mulheres somente”, pois podemos aprender muito mais com mentores homens e mulheres. É importante aprender com os empreendedores de sucesso, com diferentes perspectivas e experiências, pois vão ajudar você a se tornar mais dinâmico e ágil como dono de um negócio.
Precisamos ser líderes dinâmicos e estrategistas ágeis para remodelar o ambiente de trabalho que claramente não está mais funcionando. Fazer do mundo um lugar melhor com um trabalhador e um ambiente de trabalho por vez certamente será uma estrada pavimentada com desafios, mas se afundarmos nossos saltos nelas e provarmos para nós mesmas em situações difíceis como na pior recessão de nossas vidas, eu acho que conseguiremos então passar por qualquer coisa. Uma coisa é certa: o movimento das mulheres atualmente, a Revolução Silenciosa do século 21, veio para ficar e está ficando cada vez mais barulhenta.

Dicas para um brainstorm criativo e inovador em mídias sociais

 


Já comentei aqui no blog que o sucesso ou fracasso de uma estratégia em mídias sociais não depende de uma receita pronta e infalível. Então o passo inicial sempre acaba sendo um brainstorm para achar um caminho que se encaixe com seus objetivos.
Eu nunca havia participado de uma reunião de criação de campanha em mídias sociais – apesar de ter esse blog cheio de boas ideias – até esta semana, quando participei da minha primeira – ou uma tentativa – na Campus Party 2013.
Comandando a nossa reunião fictícia estava a Gabriela Hunnicutt, diretora-geral e de criação da agência Bold Conteúdo, com a ajuda da dupla Daniel Rodrigues e Luiz Padreca, criadores do site de culinária – nerd e divertida – Miolos Fritos. A proposta fictícia? Criar uma campanha em mídias sociais para uma marca de pratos regionais prontos, como acarajé para o Nordeste ou churrasco para o Sul, com um foco na Copa de 2014, aqui no Brasil.
Algumas pessoas da plateia foram escolhidas para subir ao palco e formar a equipe de criação, o que não impediu que todo mundo desses seus pitacos. Antes mesmo de começarmos, Gabriela passou alguns slides com dicas importantes para qualquer empresa no que diz respeito a mídias sociais. Gravem isso antes de começar um brainstorm como esse:
“Quem fala sozinha é a TV. Nas redes sociais, as marcas têm de chamar para a conversa.”
“Se o conteúdo é bom, as pessoas compartilham. Você não precisa pedir que elas façam isso.”
Depois de várias sugestões, discussões – e algumas digressões – aqui estão algumas dicas para ter um bom brainstorm:

- Nunca elimine nenhuma ideia de cara. Deixe-a cozinhar um pouco na roda antes de descartá-la; ela pode ser repensada e virar em algo que faça algum sentido até o final da reunião;
- Lembre-se de que as ideias precisam ser adequadas para as mídias sociais. Cada uma delas tem uma linguagem ou estratégias que, por exemplos anteriores, são mais eficientes em cada uma. Não vá sugerindo um aplicativo para o Twitter ou um concurso de frases para o Pinterest;
- Faça quantas perguntas forem necessárias para você entender completamente aonde vocês querem chegar, que ferramentas vão usar, qual será o orçamento e por assim vai;
- Ao entender o que você quer alcançar, não se esqueça de todos os elementos da campanha. Nos empolgamos tanto com a parte das mídias sociais e das comidas típicas, que esquecemos que elas são prontas – ou seja, vendidas em supermercado – e que a campanha tem o foco na Copa do Mundo 2014;
- Escute as sugestões do seu chefe – ou de clientes –, mesmo que elas pareçam absurdas. Alguma coisa pode sair daí;
- Os usuários de mídias sociais gostam de interagir e contribuir e gostam de ser reconhecidos por isso. Eu – que também dei algumas sugestões – disse que a marca, sendo de comida pronta, poderia pedir para pessoas de determinadas regiões prepararem pratos típicos de onde moram e enviarem fotos ou vídeos de suas tentativas. Depois, ela mostraria uma amostra do mesmo prato preparado pela marca, para que a pessoa não precisasse se preocupar em tentar cozinhar de novo;
- Mantenha esse diálogo com o usuário sempre aberto. “Quando você começa um diálogo com os usuários por meio de mídias sociais, não pode deixar esse canal desaparecer. É como jogar pinball: você não pode deixar a bolinha cair e precisa continuar acertando os alvos e fazendo pontos”, afirma Padreca.
- Na linha da colaboração dos usuários, a própria Gabriela sugeriu que a marca de pratos fizesse uma pesquisa com os consumidores sobre que pratos típicos poderiam entrar na linha. Uma grande competição para decidir que comida identificava cada estado ou região;
- Integração do virtual com o real sempre amplifica o poder do conteúdo divulgado online. Um dos participantes sugeriu a ideia de uma caravana pelas regiões, testando os pratos com moradores de cada uma delas e incentivando o compartilhamento das opiniões pelas mídias sociais;
- Pensando que viralizar é o sonho de qualquer campanha em mídias sociais e que vídeos e ações de marketing de guerrilha geralmente bombam na internet, sugeri uma ação em diferentes cidades, lugares que vendessem determinados pratos típicos, oferecessem comidas de outras regiões. Exemplo: uma baiana em Salvador surpreender seus clientes com uma suculenta picanha, ou uma casa de pão de queijo mineiro oferecer miniacarajés, tudo filmado, claro. A surpresa poderia levar as pessoas a comentar isso pelas mídias sociais;
- Para divulgar os pratos, e levando em consideração o número de turistas que virão durante a Copa, muitas pessoas sugeriram usar expressões típicas de cada região – o “oxente” baiano, ou o “meu” paulista – em frases em outras línguas, ou traduções de frases comuns de cada região.
O que vocês acharam de nossa reunião? E das dicas? O que você acrescentaria como ideia para essa campanha hipotética?

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Diretores e Gerentes de Marketing são o número um na lista de demissão

 

As empresas podem substituir profissionais da alta gerência com perfil especializado por executivos mais generalistas. Quem não entregar resultados terá o emprego ameaçado em 2013

Por Luisa Medeiros | 29/01/2013

luisa@mundodomarketing.com.br


Alta Gerência, Maichel Page, Guia salarial, diretoria
Os profissionais sêniores da alta gerência com carreiras especializadas podem perder espaço para aqueles que têm uma visão mais generalista e que são consequentemente mais versáteis para as organizações. Após o ano de 2012 que começou com clima de excesso de otimismo e se encerrou com redução de gastos e crescimento abaixo do esperado, as empresas estão mais criteriosas na hora de contratar e reajustar salários.

As companhias de grande porte, especialmente bancos e o segmento de bens de consumo, investiram em crescimento em 2012, mas ao longo do ano, muitas das metas não foram atingidas. Na hora de eventuais cortes, os primeiros profissionais na linha de demissão são aqueles que ascenderam rapidamente, com promoções nos últimos quatro anos que reflitam em crescimento salarial superior aos 30% entre uma movimentação e outra. Eles são seguidos por aqueles que ocupam vagas criadas para a sua contratação, os que ingressaram na empresa em período de inflação salarial e os que têm carreira especializada em apenas um setor.

As posições de alta gerência ocupadas por especialistas são as que têm maior probabilidade de sofrer cortes dos maiores cortes neste ano. “O profissional de Marketing tem que dar retorno ao investimento que ele traz. Se um diretor foi contratado para uma área de atuação nova ou para uma faixa salarial acima do mercado e não entregar resultado, será mandado embora. São profissionais onde a senioridade não está necessariamente alinhada com o nível de responsabilidade. Eles precisam obrigatoriamente devolver números”, afirma Zuca Palladino, Gerente das Divisões de Marketing e Varejo da Michel Page , em entrevista ao Mundo do Marketing.

Critérios mais rígidos e bônus em baixa
O Brasil possui as maiores faixas salariais da América Latina para cargos de alta hierarquia em Marketing. Os rendimentos chegam à casa dos R$ 25.000,00 mensais para os segmentos de bancos, serviços financeiros, óleo e gás e construção. Em relação aos outros países do Mercosul, a diferença pode chegar a mais de R$ 12.000,00 se comparado ao México, R$ 7.000,00 ao Chile e até R$ 4.000,00 à Argentina. Os dados são do Guia Salarial em Marketing 2013 da Michel Page.

Esses ganhos são referentes à remuneração fixa que representará em 2013 de 80% a 90% dos ganhos do profissional de Marketing do país.Os outros 10% a 20% do salário serão compostos por ganhos extras,como bônus, participações e adicionais. Já no setor de vendas essa tendência se inverte, os rendimentos fixos podem representar 50% do pagamento mensal equilibrado com os outros 50% de comissões e será responsável pelo número de vagas abertas. “Na corrida para recuperar os resultados que não vieram em 2012, a maioria das empresas começa com grandes investimentos em posições comerciais. Será um ano muito bom para a área, diante de busca por metas”, diz Zuca Palladino.

Em Marketing, as contratações seguem com critérios rigorosos e os salários iniciais terão alta máxima de 20% com relação ao ano anterior. O perfil comportamental deve pesar mais que o técnico na escolha. Conhecimentos de comunicação, CRM e TI serão diferenciais. “O mercado busca profissionais maduros, cientes do seu valor e daquilo que podem entregar para a empresa. O mais valorizado é o que sabe do retorno que vai dar e que entende de negócios, sabendo agregar valores. É um líder e um bom gestor que se adéqua às novas gerações e resiste à pressão sobre retorno financeiro”, descreve o Gerente da Michel Page.

Alta Gerência, Maichel Page, Guia salarial, diretoriaRio de Janeiro e Curitiba: corrida por padrões paulistanos
São Paulo segue como cidade com as melhores remunerações para a alta gerência em Marketing no país. Porém, a distância para outras cidades como Rio de Janeiro e Curitiba diminuiu. As duas capitais foram as que apresentaram maiores taxas de crescimento salarial em 2012, se aproximando dos níveis adotados na capital paulistana.

Na área de gerência de Inteligência de Mercado em grandes empresas, Rio e São Paulo oferecem remunerações semelhantes com vencimento médio de até R$ 16.000,00. A direção de comunicação e Marketing em serviços é a posição onde as capitais paulistana e paranaense mais se aproximam, com média de R$ 23.000,00 em Curitiba e cerca de R$ 2.000,00 a mais para São Paulo, tanto nas companhias de pequeno e médio quanto nas de grande porte. Os três estados têm salários nivelados com média de R$ 10.500,00 para Gerente de Produto em pequenas e médias empresas do segmento de TI e Telecom.

Apesar de ainda haver diferença salarial, a tendência é que mais profissionais busquem oportunidades de crescimento fora da capital paulista. “Se o executivo de Marketing tivesse mais ambição por posições de liderança e buscasse crescer dentro da empresa, aliando isso à mobilidade, talvez tivesse abertura para trabalhar onde a empresa tem realmente possibilidade de crescimento. A mentalidade de só querer trabalhar em São Paulo deveria acabar”, analisa Zuca Palladino.

Digital, Varejo e Beleza são as áreas da vez
O Marketing Digital a especialização mais valorizada deste ano, com ganhos máximos variando de R$ 13.000,00 no Rio de Janeiro, R$ 15.000,00 em Curitiba e a R$ 20.000,00 em São Paulo. A área concentra também a maior inflação salarial nos níveis iniciais, conforme noticiou o Mundo do Marketing. A fase próspera se deve a mudança de visão das empresas que enxergam como fundamental ter sua marca comunicada e exposta no universo online. “As empresas que tinham uma pessoa cuidando do digital, agora contam com duas, e as que contavam com um setor, vivem a especialização dele que agora exige mais seriedade. Ao mesmo tempo em que companhias com estratégias de Marketing muito claras investem em grandes estruturas internas para se gerir na web, outras vivem indefinições quanto a terceirizar parte das ações ou trabalhar todas em casa”, diz Zuca Palladino, em entrevista ao portal.

Outra área com gerências e diretorias com ganhos em alta será o varejo, com o lançamento de mais linhas Premium. Para comunicar os novos produtos de forma eficaz, as companhias apostam nos profissionais de Marketing para imprimir identidade hospitaleira ao atendimento e propiciar boa experiência de consumo. Esses produtos visam ser intermediários entre o alto luxo e os populares, com foco nas classes A e B e pretendem ser atingíveis também pela classe C. “Essas empresas querem ter diferencial e vêm absorvendo os profissionais de Marketing que entendam não só do comportamento do consumidor, mas que vinculem o uso da marca no ponto de venda associado à experiência de consumo”, aponta.
Outro segmento expressivo na absorção de profissionais de Marketing é o da beleza. Empresas focadas em remédios e alimentos ampliam o foco e incluem os cosméticos em seus planos de negócios. “Principalmente as multinacionais, que querem ampliar sua presença no Brasil e têm buscado executivos oriundos de empresas ligadas a medicamentos. Elas oferecem cargos gerenciais e até mesmo na diretoria”, conta o Gerente da Michel Page, em entrevista ao portal.